Quem acha que o clima de ataques e acusações à Igreja arrefeceu um pouco nos últimos dias está redondamente enganado. A Igreja continua pagando o preço da má-fama e da imoralidade de ALGUNS clérigos. Por conta disso, abundam ofensas graves à Fé Católica, sátiras das mais diversas, e matérias completamente tendenciosas [e injustas para com a esmagadora maioria dos sacerdotes católicos – que vivem fielmente o seu celibato].

A última destas reportagens, no estilo “Roberto Cabrini”, foi feita pela revista italiana Panorama [vide capa abaixo].



A respeito desta matéria na Panorama, diz o site da Revista Veja diz:

Baseada em um mês de investigação com câmeras escondidas, uma longa reportagem expõe três religiosos sob o título “As Noitadas dos Padres Gays”. Há fotos dos padres em clubes e a capa da revista mostra um homem de batina, segurando um rosário, com as unhas pintadas de rosa.

Embora eu tenha achado na internet o site da citada revista, bem como um blog conexo, acho desnecessário reproduzir aqui o que está disponível lá. As cenas de vídeo, bem como as fotografias que foram tiradas, são bastante fortes. Realmente chocantes. [Dói no coração ver o padre que momentos antes compartilhara o leito com outro homem paramentar-se logo em seguida para celebrar o Santo Sacrifício da Missa…]

“E por que choca?” – perguntei-me hoje. Por causa da incoerência.

A incoerência – ou vida dupla, ou falsidade, como queiram chamar – realmente nos choca. Sobretudo a nós, cristãos, dos quais – como ensinaram os Santos Padres – se espera unidade de vida. Espera-se que as nossas palavras correspondam às nossas obras, e que as nossas obras manifestem aquilo que anunciamos. Nada menos que isso. E aí está a grande luta da vida cristã: uma luta por coerência.

“Mas uma sociedade que faz apologia do sexo livre e do homossexualismo pode exigir coerência, fidelidade ou retidão de quem quer que seja?” – perguntei-me em seguida. “Sim, pode” – respondi para mim mesmo. A sociedade – mesmo estando afundada em pecado e sendo amante da luxúria – ainda se choca com esses casos de infidelidade sacerdotal. Só agora me dou conta de que isso é bom. É ótimo, na verdade. É prova de que a Moral realmente transcende o tempo e as culturas, e supera a letra da Lei. É prova de que o homem tem gravado dentro de si as leis eternas e imutáveis que devem pautar, reger, a conduta humana. O clamor por coerência aponta para um mínimo de bom senso moral.

Frise-se (i): a revista Panorama, na realidade, em nenhum momento quis incentivar, muito menos exigir, a fidelidade ao celibato. Na visão dela, o ideal é que a Igreja possa “acolher” esses padres gays de modo a permitir que eles assumam sua “opção” sexual e, assim, oficializar a sua vida dupla. A proposta dela [inaceitável, é claro] é a de que homossexuais possam ser admitidos ao sacerdócio. Como para a Igreja essa argumentação “não cola”, eles acabam “chutando o pau da barraca” e lançando mão de ofensas gratuitas e injustas.

Os inimigos da Igreja não são bobos: ultrajam-na publicamente para pô-La em descrédito perante todos, para enfraquecê-La, para desmerecer a validade de Seu posicionamento em matéria de Moral. Embalde tentam calar-Lhe a voz. Não sabem eles que a voz que lhes oprime a consciência – e os leva, muitas vezes, a querer fugir de si mesmos – é a do próprio Deus. Não sabem eles que, ainda que a voz cale, a Palavra não passa… Não sabem eles que a consciência (aquele “morcego” de que falara Augusto dos Anjos) habita os nichos silenciosos do coração, onde ressoa só – e somente só – a Voz do Deus Altíssimo.

Frise-se (ii): de muito mau gosto, e profundamente ofensiva à piedade católica, é a capa da revista. O uso que se deu ao Rosário da Virgem Maria, colocado-o entre mãos másculas com unhas pintadas de rosa, fere o sentimento religioso dos católicos em todo o mundo. Retratação já!

E Deus segue tirando dos males que advêm à Sua Igreja os bens de que necessita o homem. Assim, dos ultrajes que a Esposa de Cristo tem sofrido, Deus sabe tirar os últimos resquícios de moral que existem no coração enlameado desta “geração má e adúltera” [Mt 12,39].

I – A defensora da morte

O caso provocou uma celeuma sem tamanho no meio pró-vida: uma senhorita que, supostamente, trabalha na Defensoria Pública do Estado de São Paulo postou no Twitter a seguinte frase (ipsis literis):

“Na sexta-feira tive o prazer de entregar um alvará autorizando o aborto de um feto anencéfalo. Coisas que só a Defensoria Pública faz por vc”.

Criticada de todos os lados, a tal nanda_morelli, parece não ter suportado a pressão e bloqueou a visualização pública de seu perfil. Mas o Wagner Moura já havia printado a tela, de forma que não há como apagar os vestígios da tosca afirmação que ela fez 😉 Sem prejuízo de tudo aquilo que já foi comentado, quero ajuntar três observações que julgo pertinentes:

i)                  Parece que há abortistas infiltrados na Defensoria Pública e concentrados em atuar na defesa do aborto. Não seria o caso de os autênticos pró-vida fazerem uma presença mais intensa neste organismo do judiciário, com o intuito de defender a vida? Porque esse tal alvará concedido foi um dos que veio a público. E quantos mais foram emitidos sem que tivéssemos conhecimento?… De agora por diante, olho na defensoria!

ii)         Rezemos pela alma do bebê anencéfalo que teve a vida ceifada graças à iníqua autorização de um juiz cuja toga encontra-se enlameada de sangue. Que o Senhor, Justo Juiz, tenha misericórdia de ambos.

iii)            No fim das contas, a senhorita Amanha Morelli, através do seu estúpido comentário, acabou nos fazendo um favor: abriu-nos os olhos para a atuação sorrateira e imoral da Defensoria Pública em matéria de defesa do Direito à Vida. Obrigado, Amanda.

II – Duloren, uma batalha ganha!


Recebi do Pe. Mateus Maria, FMDJ, o seguinte e-mail (reproduzo-o na íntegra):

Ontem mesmo já obtivemos a decisão, o anúncio agressivo contra nós católicos, foi retirado das mídias sociais, isto mostra que nós não podemos nos calar diante das afrontas contra a nossa fé CATÓLICA.

http://portalexame.abril.com.br/marketing/noticias/duloren-divulga-comunicado-anuncio-pedofilia-577335.html

Duloren divulga comunicado sobre anúncio contra pedofilia

Em texto, marca esclarece que não teve intenção de ofender a Igreja em campanha

São Paulo – A Duloren, junto à agência Agnelo Pacheco, divulgou comunicado para esclarecer que não teve intenção de ofender a Igreja Católica em sua nova campanha publicitária. A peça em questão trazia uma modelo de lingerie na praça de São Pedro, no Vaticano. A moça, em primeiro plano, mostrava um crucifixo para um homem de costas (que aparenta ser um padre, por conta da roupa e do ambiente), acompanhado da frase ‘Pedofilia. Não’.

No comunicado, a marca explica que não teve como objetivo ferir crenças religiosas ou fazer críticas a padres ou ao Vaticano. A Duloren também afirma que está retirando o anúncio das mídias sociais (Orkut, Facebook e Twitter) e vai suspender a veiculação nos mais de 20 mil pontos-de-venda do País.

Veja o comunicado na íntegra:

“Campanha contra a pedofilia”

A Duloren junto a Agnelo Pacheco, agência parceira para criação de suas campanhas, esclarece que em nenhum momento houve intenção de ofender a Igreja em sua nova campanha publicitária. Pelo contrário: tanto a marca, quanto a agência, apóiam as instituições religiosas e estão engajadas na luta contra a pedofilia em qualquer instância da sociedade.

O intuito deste anúncio é fazer um repúdio a todo e qualquer caso de abuso sexual contra crianças e adolescentes, uma vez que o assunto tem sido abordado com frequência em recentes reportagens publicadas pela imprensa mundial. Além disso, a Itália foi escolhida como cenário para as novas imagens devido à beleza das locações.

Assim, a campanha não tem como objetivo ferir crenças religiosas ou fazer críticas a padres ou ao Vaticano. Por isso, a marca está retirando o anúncio das mídias sociais (Orkut, Facebook e Twitter) e vai suspender a veiculação nos mais de 20 mil pontos de venda do país.

A Duloren e a Agnelo Pacheco estão constantemente preocupadas em defender causas importantes para as mulheres e para a sociedade. A marca já realizou campanhas contra todo e qualquer abuso sofrido pelas mulheres, em prol dos direitos femininos e, ainda, focadas em outros problemas sociais, como as campanhas contra as queimadas e pela preservação do meio ambiente.

Por fim, as empresas lamentam se o anúncio foi entendido de maneira equivocada e ofensiva, e reiteram que jamais tiveram esta intenção.

Reproduzo aqui, integralmente, um texto que recebi por e-mail. A autoria é de Artur Rosa Teixeira, um escritor português, não católico. A ressalva inicial, em itálico, é da pessoa que me encaminhou o e-mail – e eu a subscrevo na sua totalidade. O artigo é uma demonstração de que a honestidade intelectual que falta a muitos sobra em alguns… Ao lê-lo percebe-se que não é preciso ser católico para intuir que alguns [muitos, na verdade] meios de comunicação, com a perniciosa campanha difamatória que têm perpetrado contra o Santo Padre e contra a Igreja de Cristo, tem se afastado muito do papel jornalístico que deveriam desempenhar. Interesses escusos editam as manchetes… Frise-se: que o texto foi inicialmente divulgado em um site que servira de porta voz aos comunistas

Escritor português não católico defende a Igreja e o Papa


O artigo abaixo é de Artur Rosa Teixeira, escritor português não católico. O texto foi publicado ainda no site do Pravda, jornal russo, outrora porta-voz do comunismo mundial. Não subscrevo todas as posições do autor, mas pareceu-me muito razoável no conjunto. A Providência sempre a nos surpreender e a nos consolar nesta hora tenebrosa.

QUANDO SE CONFUNDE A ÁRVORE COM A FLORESTA

Muitas das notícias que nos chegam, no seu afã de propaganda ideológica encapotada, contêm o erro fundamental de confundir a árvore com a floresta… sobretudo quando o objetivo é denegrir.

Ou seja, a partir de um caso isolado, de preferência de contornos escabrosos, generaliza-se de forma a induzir o leitor a pensar que todo o conjunto é da mesma natureza. Tal generalização obviamente tem conotações ideológicas e obedece a uma agenda política que visa desconstruir a Sociedade Tradicional e todas as suas instituições seculares para impor uma Nova Ordem Mundial à feição dos sinistros interesses da Oligarquia Internacional, a mesma que manobra os mercados financeiros e através destes, controla em grande parte a Economia Planetária. Referimo-nos aos casos de Pedofilia no seu seio da Igreja Católica recentemente midiatizados pelas Agências Internacionais de Notícias.

De fato as recentes notícias de Pedofilia, que envolve sacerdotes católicos, têm contornos de uma campanha de ataque à hierarquia Católica, muito para além da objetividade informativa que a deontologia jornalística impõe, independentemente da sua gravidade moral. Tais notícias suscitam desconfiança sobre a sua “bondade” até entre os não católicos como nós. Embora discordando da doutrina da ICAR, em alguns aspectos, reconhecemos no entanto a importância capital do seu papel na nossa História, na defesa dos valores éticos que informam a nossa cultura judaico-cristã e a sua ação social meritória em prol daqueles que têm sido vítimas da usura e da ganância da Oligarquia Internacional, que é afinal a mais interessada em destruir o Catolicismo e a Religião em geral, já que constituem um obstáculo sério à consecução do seu objetivo final, que é o de reduzir a Humanidade à condição de escravos robotizados.

Ressalvamos, antes que nos confundam estar a defender a Pedofilia, que ao fazermos a defesa da Igreja Católica não estamos a justificar a ação ignominiosa de homens que esqueceram de todo a sua mais elementar obrigação de sacerdotes, o respeito pelo próximo, sobretudo o mais fraco, como é a criança órfã, carente do afeto de uma verdadeira família.

Um dos aspectos que nos leva a desconfiar da “boa vontade” destas notícias é o fato de focalizarem em exclusivo os casos de Pedofilia de clérigos católicos, quando se sabe que este vício é transversal à sociedade. Encontramo-lo em todos os estratos sociais e até nas famílias. O pedófilo é em princípio muito próximo da vítima e da sua confiança, ou seja, não é um estranho… podendo ser até um pai, um tio, etc. Quando se argumenta que os padres devido ao celibato a que estão obrigados são mais propensos à pederastia, como insistentemente se procura justificar a tentação dos abusos sexuais, esquece-se que o pederasta nem sempre é solteiro e muitas vezes é tido como “bom” chefe de família, portanto uma pessoa aparentemente normal.

Outro detalhe que indicia que está em marcha uma campanha de desmoralização da ICAR, é o fato das notícias sobre a Pedofilia no seu seio surgirem como cogumelos que nascem a cada manhã, confundindo-se o número das vítimas com o dos pedófilos, parecendo que estes são tantos como um exame de abelha… Quase a totalidade da hierarquia católica… Evidentemente que isto não desculpabiliza os autores dos abusos sexuais. Na verdade as vítimas são muitas, porém os abusadores denunciados não passam de uma diminuta minoria. Do mal, melhor… Até se tivermos em linha de conta a estatística nos USA, o número de vítimas nas instituições católicas comparada com as restantes, nomeadamente no ambiente escolar civil, é muito superior, uma proporção de 157 para 1, num espaço de tempo de 52 anos, de 1950 a 2002. É obra, não? Tal desproporção mostra por outro lado, no caso norte-americano, como a Pederastia é um fenômeno social extensivo, ou seja, não se restringe a um sector específico da sociedade.

O caso da Casa Pia de Lisboa é também ilustrativo quanto à tipificação do pedófilo. Este orfanato do Estado Português, fundado nos finais do Século XVIII, pelo Intendente da Polícia Pina Manique, homem da confiança do Marquês de Pombal, com um processo de Pedofilia a decorrer, reúne mais arguidos suspeitos de abusos sexuais a menores que todos os casos mencionados recentemente na “mídia” para denegrir a imagem da ICAR. Estão indiciados pelo Ministério Público dez arguidos, incluindo uma cúmplice. Contudo há quem diga que a “farra sexual” naquele instituto envolve muito mais gente e bem graúda, uma vez que remonta há década de 80 do século passado e muitas das vítimas, hoje adultos, não estão dispostos a passar pelo tormento dos inquéritos policiais e menos ainda pela vergonha pública a que têm sido sujeitos os “putos casa pianos” diretamente envolvidos no processo. Há a ressaltar, em abono da verdade, que nem todas as acusações serão genuínas. Há quem se aproveite para extorquir dinheiro. Daí talvez a dificuldade de se apurar até onde vai a verdade e começa a mentira… quer de um lado, quer do outro. Acresce referir que problemas de sexualidade, como a sodomia e outros, sempre ocorreram em colégios internos, inclusive entre os internos, embora sejam severamente reprimidos, deixando marcas indeléveis para o resto da vida.

A fúria anticlerical do lobby laicista vai ao ponto de ressuscitar velhos casos como o do padre Lawrence Murphy, que remonta a 1975, para atacar insidiosamente o atual Papa e por essa via, a própria ICAR. A 25 de Março do corrente ano, o conceituado New York Times publicou uma matéria em que pretensamente acusa Bento XVI de encobrir o pároco de Milwaukee quando em 1995 o Papa ainda era Cardeal e responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé. É preciso ter muito ódio ao Catolicismo para 35 anos depois levantar tal questão… A denúncia é tanto mais insidiosa quando ignora de todo que aquele organismo tem como função específica vigiar os desvios doutrinários, heresias, pelo que nada tem com o Direito Canônico, que julga casos de indisciplina, como o são os atos que violam a castidade a que os clérigos estão obrigados. Ignora que o referido padre foi na oportunidade ilibado pelo Direito Civil, que não apurou provas da prática de Pedofilia sobre rapazes surdos que tutelava. Como ignora que a hierarquia católica manteve-o sob vigilância e o fez, não tanto pela suspeição de abusos sexuais em menores, mas por desvios doutrinários. Foi essa e só por essa razão que o então Cardeal Ratzinger, em 1995, o sancionou, tendo então limitado as suas funções pastorais. Quatro meses depois Murphy faleceu. Não cremos que aquele diário nova-iorquino desconhecesse em absoluto estes fatos. Daqui se conclui que existe má fé e em marcha uma campanha difamatória articulada mundialmente contra a hierarquia católica.

E compreende-se. O atual Sumo Pontífice, coerente com os princípios da Igreja Católica, tem desenvolvido uma tenaz resistência contra as propostas contra-natura e fraturantes, veiculadas por organizações laicas apostadas em impor uma visão sexista e hedonista da Sociedade, reduzindo o homem à sua condição animal para negar a sua dimensão espiritual. Tais organizações não surgiram obviamente por “geração espontânea”, nem vivem do ar… Foram criadas e são apoiadas à sorrelfa por Fundações ditas filantrópicas como a da família Rockfeller. Os interesses financeiros das mesmas estão ligados a um vasto leque de sectores econômicos, que vão desde a banca, o petróleo, a indústria farmacêutica, a indústria militar, etc, aos meios áudio visuais, incluindo a “mídia”, a qual evidentemente cumpre uma agenda ditada pela Elite Global à qual pertencem.

Ademais, quem postula que a Humanidade tem que ser reduzida a 1/3 da população atual e contribui para a miséria de milhões de seres humanos não pode ver com bons olhos a ação caritativa da ICAR, precisamente nas áreas onde a pobreza é mais sentida, coincidindo por vezes com subsolos ricos explorados por essa mesma Elite Global.
Há portanto uma intenção neste tipo de notícias, que vai muito além do desejo de informar… Se assim fosse não omitiam o mesmo fenômeno noutras instituições análogas. Mais, numa apreciação equilibrada da responsabilidade da ICAR na Pedofilia, deveriam referir os processos civis e canônicos que têm sido levantados aos clérigos acusados de abuso sexual a menores, seu desfecho, e não apenas publicar denúncias, que podem não ser genuínas, como se tem conhecimento em processos deste gênero.

Artur Rosa Teixeira

A propósito: Leiam o texto de um outro português, José Manuel Fernandes, indicado no site de Jorge.

               [Muito oportuno e bem escrito].

                Fonte: http://www.padrehenrique.com/index.php/artigos/278-sofismas

             “Sofisma”, segundo o Aurélio, é um “argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má-fé por parte de quem o apresenta”; “argumento falso formulado de propósito para induzir outrem a erro”; “engano, logro, burla, tapeação”. Permita-me, paciente leitor(a), apresentar-lhe três sofismas bem fresquinhos.

         *Sofisma 1*

           Na polêmica em torno das experiências com células-tronco a custo do assassinato de embriões humanos, muito se disse contra a Igreja. O mesmo dir-se-á quando o Governo Lula tentar aprovar o aborto no Brasil (a questão das células-tronco foi apenas um ensaio). Mete-se a ripa na Igreja também quando esta se coloca de modo crítico quanto ao reconhecimento civil da união entre homossexuais como sendo um “casamento”. Acusou-se essa bruxa velha de medieval, obscurantista e de querer impor seus pontos de vista reacionários aos não-católicos e não-crentes. Pura lorota. A Igreja não está querendo impor nada a ninguém nem é contra ninguém. A questão é de outra ordem.

           Todas essas questões polêmicas são de ordem moral e dizem respeito ao modo como uma sociedade humana se compreende, se articula e delineia o seu futuro. Aqui estão envolvidas questões seríssimas: Que é a vida humana? Quando se inicia? Qual a sua dignidade? Quanto vale? Quem, quando e como deve protegê-la? Qual o sentido do sofrimento e da dor? Que é a família? Qual a sua função? Sobre quais valores se assenta? Qual a relação entre a família e o conjunto da sociedade? Qual o papel da família na geração e educação dos seres humanos, membros de uma sociedade e portadores de uma dignidade e de direitos inalienáveis?

           Note-se não se trata simplesmente de moral cristã, mas de uma ética que envolve qualquer ser humano decente e qualquer sociedade humana que deseje manter o mínimo de dignidade e responsabilidade quanto ao seu futuro. Ninguém pode ficar isento de tentar dar respostas a essas questões. E são questões que marcarão o destino e a qualidade de toda a nossa sociedade.

           Ora, a Igreja é portadora de uma mensagem, aquela de Jesus Cristo. Essa mensagem contém fortíssimas implicações morais às quais ela não pode renunciar sem ser infiel ao seu Senhor. É verdade que os cristãos não podem e não devem impor sua moral ao conjunto da sociedade, mas podem e devem manifestar-se e procurar fazer-se ouvir na busca da construção de uma ética civil, ou seja, um mínimo ético comum à grande maioria da sociedade.

           Em que se basearia tal ética? Na busca de auscultar a consciência, no respeito pelo mais fraco, na afirmação do valor inalienável da vida humana, na renúncia ao utilitarismo como critério último de ação e avaliação, na busca honesta da superação de um subjetivismo descomprometido com o bem comum e com o interesse da coletividade. São alguns critérios.

           Os nossos deputados, brincando de deus, aprovaram os experimentos que matarão embriões humanos. A Igreja continuará afirmando que não concorda. Não impõe seu parecer, mas dialoga e explica seus motivos. É seu direito e seu dever. Quem não gostar dela, paciência. Mas ninguém tem o direito de calá-la. É questão de ser fiel ao Cristo, não de ser popular ou agradar à maioria…

             *Sofisma 2*

           O Fantástico, da Rede Globo, mostrou, no Domingo passado, uma pesquisa ampla para convencer que a Igreja não tem o apoio da Igreja. Explico-me: a Igreja oficial estaria sozinha na defesa de seus retrógrados princípios morais. A grande maioria dos católicos é a favor do aborto, dos preservativos, das relações pré-matrimoniais, da pesquisa com células-tronco
embrionárias, do “casamento gay”. É a hierarquia que é quadrada e obscurantista. Eis o que a Globo quis passar.

           Convém recordar que a verdade não é questão de maioria. Para os cristãos, a Verdade é Cristo e vive-se na Verdade quando se vive o seu Evangelho. Ora, não é o Cristo que deve se converter ao mundo, mas o mundo que se deve abrir ao Evangelho. Quando Jesus disse ser o Pão da vida, a grande maioria dos discípulos o abandonou. Mas, o Senhor não fez pesquisa de opinião para mudar sua doutrina. Muito pelo contrário: “Vós também quereis ir embora?”

           Além do mais, católico não é quem diz que é católico. Católico é aquele que, com humildade e esforço, procura deixar seu pensamento mundano para abraçar o pensamento de  Cristo. O católico é aquele que vai à Missa aos domingos, que se esforça para viver o Evangelho, que se engaja na vida da comunidade dos irmãos em Cristo e que crê que a Igreja é conduzida pelo Espírito do Cristo ressuscitado. Esses católicos não são da turma que o Fantástico entrevistou, católicos de certidão de batismo, de missa de sétimo dia e de formatura. Porque a Igreja não é dona, mas serva da Verdade, porque não possui a Verdade, mas é por ela possuída, não voltará atrás por temor de pesquisas de opinião. Ela, nossa Mãe católica, somente deve ter medo de uma coisa: de ser infiel ao seu Senhor! Se a Globo – como a Veja, a IstoÉ, a Época e cia – pretendeu pressionar ou intimidar a Igreja, perdeu tempo, verbo e dinheiro…

              *Sofisma 3*

               Após a aprovação da pesquisa que matará embriões humanos, uma “cientista” afirmou, triunfante, no Jornal Nacional: “Saímos da Idade Média para a era tecnológica!” Com tristeza, podemos constatar o seguinte: essa senhora não sabe um dedo de história! A Idade Média não é o que ela insinuou. Não é Idade das trevas, não é Idade contrária à razão, não é Idade contrária ao progresso. Somente os estúpidos, com vocação para papagaio – eterno repetidores do que não sabem – podem afirmar isso. Ainda com tristeza constatamos a ilusão de pensar que entramos, de salto, na era tecnológica porque vamos pesquisar assassinando vidas humanas. Os meios de comunicação têm criado um mito em torno das promessas das células-tronco embrionárias.
              Vamos ver o que a dura realidade mostrará… Pena que à custa de vidas inocentes… Mas, o mais triste mesmo, é essa “cientista” considerar um progresso louvável sacrificar vidas humanas. Pobre civilização, a nossa, construída sobre tais valores.

              Há alguns dias – quando da nomeação de D. Antônio Fernando Saburido, OSB, para a Arquidiocese de Olinda e Recife, em substituição a D. José Cardoso Sobrinho, O. Carm, – pude perceber o quanto de, usando os termos do Pe. Paulo Ricardo, “desonestidade intelectual” há naqueles que fazem a mídia secular no nosso país.

            Para ilustrar: um dos jornalecos aqui de Recife (não lembro exatamente qual foi) publicou que Dom José iria “se refugiar” num convento carmelita do interior do Estado. Ora, no meio jornalístico, a escolha dos termos é muito bem estudada, é premeditada. O uso de um termo dessa natureza implica que – entre as muitas expressões que poderiam ter sido usadas para dar a notícia – a palavra que mais se encaixava nos propósitos dos redatores era essa: “se refugiou”. Por quê? Porque na cabeça dessa gente o arcebispo, se não é um criminoso, merece ser tratado como tal. Quando leio esse tipo de materiazinha, sinto-me obrigado a concordar com o parecer do Supremo Tribunal Federal: para escrever besteira não é preciso diploma!…

            Contudo, não é esta a motivação principal deste post. Gostaria de fazer uma reflexão sobre o papel dos jornalistas; sobre o compromisso ético que eles, em tese, deveriam assumir; e sobre o que está por trás da manipulação da informação no nosso país. Tudo isso, embora possamos muitas vezes não nos dar conta, envolve uma questão ética e moral muito séria. Lidar com a informação exige uma conduta moral íntegra.

            Dentro dessa perspectiva, o primeiro ponto que eu destacaria seria a questão da VERDADE. Parece-me que os jornalistas de hoje em dia não estão nem aí para a divulgação da verdade. Estão pouco se lixando para se a notícia que vão publicar é veraz ou não. Não se dão conta de quão nobre é o ofício de ser portadores e mensageiros da verdade. Infelizmente parece que a lógica da verdade deu lugar à lógica do comércio de notícias: importa vender, e nada mais! As convicções morais de alguns profissionais da mídia parecem ter ido por água a baixo. Não se tem mais o interesse, puro e simples, de narrar os fatos tal e qual eles aconteceram (ainda que a fidelidade perfeita aos acontecimentos seja uma coisa muito difícil). Não se vê nem o interesse nem a boa-vontade de apurar a informação para fornecê-la de modo afinado à verdade.

            O segundo ponto é a CARIDADE. Hoje, muitos “fazedores de matéria” não se dão conta de que as notícias que publicam têm **seres humanos** como protagonistas. Exemplo: No caso Isabella Nardone, quantos jornalistas estavam de fato preocupados em colaborar na elucidação do crime descobrindo a verdade e fazendo justiça? Nenhum! Queriam ibope, e só. O respeito para com a memória da menina falecida, a benedicência para com aqueles que – embora fossem fortemente suspeitos – ainda não haviam sido julgados, e muitas outras coisas que permeiam o caso, demonstram a  grande falta de caridade cometida por parte daqueles que trouxeram os fatos ao conhecimento do grande público. O mesmo aconteceu no caso da adolescente Eloá. Também não havia ninguém interessado na vida da garota. A preocupação era uma só: despertar a curiosidade da população acerca do porvir (e, desse modo, garantir ibope). O jornalismo, sobretudo o televisivo, conseguiu a proeza de produzir sensacionalismo em série! Sempre tem algum escândalo que choca a população de tal modo que aquela fica sendo “a notícia da vez”. Daí, quando as pessoas (telespectadores e leitores) estão naquela fase de “não agüento mais esse assunto”, troca-se de roupa, isto é, inventam outro acontecimento chocante que prenda a atenção da população.

            O problema é que esse modus operandi tem um custo muito alto: sacrifica-se a verdade em prol da audiência; falta-se com a caridade desde que se atraia o público; prescinde-se da justiça para produzir notícia. É, então, que cabe a reflexão: onde está a ética dos jornalistas? Isso é curioso: tem jornalista que se enxerga acima da ética! Todos os profissionais têm que agir com integridade obedecendo a determinadas normas de conduta que garantem um exercício sadio da profissão. “Os jornalistas, porém, estão imunes a isso”, pensam eles. Essa ideologia, não fosse trágica, era cômica. É esse tipo de pensamente “torto” que leva muitos a usarem a liberdade de expressão como desculpa para a mentira. Procedem de modo falso, cretino, mentiroso, tendencioso, libertino… E, mesmo assim, se forem criticados, defendem-se como um ouriço: “estou sendo tolhido”. Francamente!  Talvez isso seja reflexo da censura demasiada que sofreram nos tempos da ditadura. Mesmo assim, não se justifica que os traumas decorrentes do regime militar não tenham sido sanados ainda…

            Aqui, faço uma ressalva: não estou dizendo que os jornalistas não possam opinar sobre as matérias que escrevem. Eles podem… se forem colunistas ou articulistas. Do contrário, acho um abuso. Ora, já imaginou pegar um jornal para ler a respeito de como andam as relações comerciais da China com o exterior e deparar-se com uma apologia ao comunismo vigente naquele país? “Ah, deve-se levar em consideração que o jornalista que escreveu a matéria era ‘vermelho’“? Negativo. Se ele gosta de Marx e sua trupe, problema dele!  Se o jornalista quer expor suas convicções pessoais – que estão para além dos *fatos* que acontecem no mundo – que o façam no lugar próprio para isso: numa coluna, num livro, num artigo, num post de blog, etc. O que não acho correto é que o façam na seção de “Economia” – aonde eu vou esperando encontrar notícias e não achismos!

            Tem muito jornalista que não se contenta em relatar a história – com verdade e honestidade; querem, eles mesmos, escrever a história, como gostariam que ela acontecesse. E é aí que eu volto ao caso Dom José: tem muito jornalistazinho de quinta categoria querendo que Dom José “saísse por baixo”, que partisse da arquidiocese como um fugitivo, à surdina. Mas, para sua infelicidade e desespero, D. José sai não como vilão, mas como herói. Não de cabeça baixa, mas erguida. Não se despede da Cátedra de Olinda e Recife com a sensação de que “poderia ter feito diferente”, mas com a alegria daqueles que sabem que fizeram o máximo e, portanto, trazem no coração a satisfação pelo dever cumprido. É assim que ele sai. Pena que nenhum jornalista teve a audácia de mostrar essa verdade. É uma pena que a mídia no nosso país, tem informado menos e deformado mais…