Reproduzo aqui, integralmente, um texto que recebi por e-mail. A autoria é de Artur Rosa Teixeira, um escritor português, não católico. A ressalva inicial, em itálico, é da pessoa que me encaminhou o e-mail – e eu a subscrevo na sua totalidade. O artigo é uma demonstração de que a honestidade intelectual que falta a muitos sobra em alguns… Ao lê-lo percebe-se que não é preciso ser católico para intuir que alguns [muitos, na verdade] meios de comunicação, com a perniciosa campanha difamatória que têm perpetrado contra o Santo Padre e contra a Igreja de Cristo, tem se afastado muito do papel jornalístico que deveriam desempenhar. Interesses escusos editam as manchetes… Frise-se: que o texto foi inicialmente divulgado em um site que servira de porta voz aos comunistas…
Escritor português não católico defende a Igreja e o Papa
O artigo abaixo é de Artur Rosa Teixeira, escritor português não católico. O texto foi publicado ainda no site do Pravda, jornal russo, outrora porta-voz do comunismo mundial. Não subscrevo todas as posições do autor, mas pareceu-me muito razoável no conjunto. A Providência sempre a nos surpreender e a nos consolar nesta hora tenebrosa.
QUANDO SE CONFUNDE A ÁRVORE COM A FLORESTA
Muitas das notícias que nos chegam, no seu afã de propaganda ideológica encapotada, contêm o erro fundamental de confundir a árvore com a floresta… sobretudo quando o objetivo é denegrir.
Ou seja, a partir de um caso isolado, de preferência de contornos escabrosos, generaliza-se de forma a induzir o leitor a pensar que todo o conjunto é da mesma natureza. Tal generalização obviamente tem conotações ideológicas e obedece a uma agenda política que visa desconstruir a Sociedade Tradicional e todas as suas instituições seculares para impor uma Nova Ordem Mundial à feição dos sinistros interesses da Oligarquia Internacional, a mesma que manobra os mercados financeiros e através destes, controla em grande parte a Economia Planetária. Referimo-nos aos casos de Pedofilia no seu seio da Igreja Católica recentemente midiatizados pelas Agências Internacionais de Notícias.
De fato as recentes notícias de Pedofilia, que envolve sacerdotes católicos, têm contornos de uma campanha de ataque à hierarquia Católica, muito para além da objetividade informativa que a deontologia jornalística impõe, independentemente da sua gravidade moral. Tais notícias suscitam desconfiança sobre a sua “bondade” até entre os não católicos como nós. Embora discordando da doutrina da ICAR, em alguns aspectos, reconhecemos no entanto a importância capital do seu papel na nossa História, na defesa dos valores éticos que informam a nossa cultura judaico-cristã e a sua ação social meritória em prol daqueles que têm sido vítimas da usura e da ganância da Oligarquia Internacional, que é afinal a mais interessada em destruir o Catolicismo e a Religião em geral, já que constituem um obstáculo sério à consecução do seu objetivo final, que é o de reduzir a Humanidade à condição de escravos robotizados.
Ressalvamos, antes que nos confundam estar a defender a Pedofilia, que ao fazermos a defesa da Igreja Católica não estamos a justificar a ação ignominiosa de homens que esqueceram de todo a sua mais elementar obrigação de sacerdotes, o respeito pelo próximo, sobretudo o mais fraco, como é a criança órfã, carente do afeto de uma verdadeira família.
Um dos aspectos que nos leva a desconfiar da “boa vontade” destas notícias é o fato de focalizarem em exclusivo os casos de Pedofilia de clérigos católicos, quando se sabe que este vício é transversal à sociedade. Encontramo-lo em todos os estratos sociais e até nas famílias. O pedófilo é em princípio muito próximo da vítima e da sua confiança, ou seja, não é um estranho… podendo ser até um pai, um tio, etc. Quando se argumenta que os padres devido ao celibato a que estão obrigados são mais propensos à pederastia, como insistentemente se procura justificar a tentação dos abusos sexuais, esquece-se que o pederasta nem sempre é solteiro e muitas vezes é tido como “bom” chefe de família, portanto uma pessoa aparentemente normal.
Outro detalhe que indicia que está em marcha uma campanha de desmoralização da ICAR, é o fato das notícias sobre a Pedofilia no seu seio surgirem como cogumelos que nascem a cada manhã, confundindo-se o número das vítimas com o dos pedófilos, parecendo que estes são tantos como um exame de abelha… Quase a totalidade da hierarquia católica… Evidentemente que isto não desculpabiliza os autores dos abusos sexuais. Na verdade as vítimas são muitas, porém os abusadores denunciados não passam de uma diminuta minoria. Do mal, melhor… Até se tivermos em linha de conta a estatística nos USA, o número de vítimas nas instituições católicas comparada com as restantes, nomeadamente no ambiente escolar civil, é muito superior, uma proporção de 157 para 1, num espaço de tempo de 52 anos, de 1950 a 2002. É obra, não? Tal desproporção mostra por outro lado, no caso norte-americano, como a Pederastia é um fenômeno social extensivo, ou seja, não se restringe a um sector específico da sociedade.
O caso da Casa Pia de Lisboa é também ilustrativo quanto à tipificação do pedófilo. Este orfanato do Estado Português, fundado nos finais do Século XVIII, pelo Intendente da Polícia Pina Manique, homem da confiança do Marquês de Pombal, com um processo de Pedofilia a decorrer, reúne mais arguidos suspeitos de abusos sexuais a menores que todos os casos mencionados recentemente na “mídia” para denegrir a imagem da ICAR. Estão indiciados pelo Ministério Público dez arguidos, incluindo uma cúmplice. Contudo há quem diga que a “farra sexual” naquele instituto envolve muito mais gente e bem graúda, uma vez que remonta há década de 80 do século passado e muitas das vítimas, hoje adultos, não estão dispostos a passar pelo tormento dos inquéritos policiais e menos ainda pela vergonha pública a que têm sido sujeitos os “putos casa pianos” diretamente envolvidos no processo. Há a ressaltar, em abono da verdade, que nem todas as acusações serão genuínas. Há quem se aproveite para extorquir dinheiro. Daí talvez a dificuldade de se apurar até onde vai a verdade e começa a mentira… quer de um lado, quer do outro. Acresce referir que problemas de sexualidade, como a sodomia e outros, sempre ocorreram em colégios internos, inclusive entre os internos, embora sejam severamente reprimidos, deixando marcas indeléveis para o resto da vida.
A fúria anticlerical do lobby laicista vai ao ponto de ressuscitar velhos casos como o do padre Lawrence Murphy, que remonta a 1975, para atacar insidiosamente o atual Papa e por essa via, a própria ICAR. A 25 de Março do corrente ano, o conceituado New York Times publicou uma matéria em que pretensamente acusa Bento XVI de encobrir o pároco de Milwaukee quando em 1995 o Papa ainda era Cardeal e responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé. É preciso ter muito ódio ao Catolicismo para 35 anos depois levantar tal questão… A denúncia é tanto mais insidiosa quando ignora de todo que aquele organismo tem como função específica vigiar os desvios doutrinários, heresias, pelo que nada tem com o Direito Canônico, que julga casos de indisciplina, como o são os atos que violam a castidade a que os clérigos estão obrigados. Ignora que o referido padre foi na oportunidade ilibado pelo Direito Civil, que não apurou provas da prática de Pedofilia sobre rapazes surdos que tutelava. Como ignora que a hierarquia católica manteve-o sob vigilância e o fez, não tanto pela suspeição de abusos sexuais em menores, mas por desvios doutrinários. Foi essa e só por essa razão que o então Cardeal Ratzinger, em 1995, o sancionou, tendo então limitado as suas funções pastorais. Quatro meses depois Murphy faleceu. Não cremos que aquele diário nova-iorquino desconhecesse em absoluto estes fatos. Daqui se conclui que existe má fé e em marcha uma campanha difamatória articulada mundialmente contra a hierarquia católica.
E compreende-se. O atual Sumo Pontífice, coerente com os princípios da Igreja Católica, tem desenvolvido uma tenaz resistência contra as propostas contra-natura e fraturantes, veiculadas por organizações laicas apostadas em impor uma visão sexista e hedonista da Sociedade, reduzindo o homem à sua condição animal para negar a sua dimensão espiritual. Tais organizações não surgiram obviamente por “geração espontânea”, nem vivem do ar… Foram criadas e são apoiadas à sorrelfa por Fundações ditas filantrópicas como a da família Rockfeller. Os interesses financeiros das mesmas estão ligados a um vasto leque de sectores econômicos, que vão desde a banca, o petróleo, a indústria farmacêutica, a indústria militar, etc, aos meios áudio visuais, incluindo a “mídia”, a qual evidentemente cumpre uma agenda ditada pela Elite Global à qual pertencem.
Ademais, quem postula que a Humanidade tem que ser reduzida a 1/3 da população atual e contribui para a miséria de milhões de seres humanos não pode ver com bons olhos a ação caritativa da ICAR, precisamente nas áreas onde a pobreza é mais sentida, coincidindo por vezes com subsolos ricos explorados por essa mesma Elite Global.
Há portanto uma intenção neste tipo de notícias, que vai muito além do desejo de informar… Se assim fosse não omitiam o mesmo fenômeno noutras instituições análogas. Mais, numa apreciação equilibrada da responsabilidade da ICAR na Pedofilia, deveriam referir os processos civis e canônicos que têm sido levantados aos clérigos acusados de abuso sexual a menores, seu desfecho, e não apenas publicar denúncias, que podem não ser genuínas, como se tem conhecimento em processos deste gênero.
Artur Rosa Teixeira
A propósito: Leiam o texto de um outro português, José Manuel Fernandes, indicado no site de Jorge.