Aconteceu, em Indaiatuba (SP), a 47ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Desse encontro, como sempre, resultaram alguns frutos. Uns muito positivos, outros nem tanto…
O Estadão publicou esta matéria a respeito das restrições aos casais em segunda união. Esse, a meu ver, foi um fruto muito positivo do encontro. O episcopado brasileiro manteve a postura católica que, embora permita a participação de tais casais na vida da comunidade paroquial, não lhes dá acesso aos sacramentos – sobretudo, o da Eucaristia. Tendo em vista, que os casais em segunda união estão em pecado mortal e vivem uma situação canonicamente irregular.
Um trecho da matéria, porém, me parece bastante infeliz. Ei-lo:
“Um manifesto em favor da família aprovado pela assembléia refere-se de leve aos casais em segunda união, ao pedir que a Pastoral Familiar, Movimentos, Serviços e Institutos da Igreja acolham as famílias que se encontram em situações especiais. O acolhimento consiste em engajar recasados em celebrações litúrgicas, embora sem acesso aos sacramentos”.
Não sei quem cunhou os termos “famílias que se encontram em situações especiais”, “recasados”, e outros termos congêneres. Talvez tenha sido os jornalistas. Talvez tenha sido os bispos. Seja como for, tais expressões me parecem suavizações [desnecessárias] da realidade. É aquela velha história do “politicamente correto”. Há um temor, por parte de alguns bispos, de dizer as coisas claramente. Por parte da imprensa, há a necessidade de vender a notícia… É missão da Igreja, porém, apontar o erro, com caridade, mas com verdade. “A verdade dói”. Paciência. Se Cristo quisesse se furtar à dor, não teria morrido da forma que morreu.
Ainda sobre os resultados da Assembléia Geral da CNBB, a Agência Estado publicou que os padres devem respeitar a lei disciplinar do celibato (a Agência Folha noticiou o mesmo aqui). A notícia, a princípio me pareceu muito boa (e, em essência, é). Mas a maneira como ela foi publicada é lamentável. Segundo a reportagem, o documento Diretrizes para a Formação de Presbíteros traz aquela linguagem vaga e dúbia que parece ser a marca registrada das publicações da CNBB. O documento fala de “possíveis distúrbios incompatíveis com o sacerdócio”. Mas não especifica que distúrbios são esses… Será o homossexualismo um distúrbio? Ou será normal? As pessoas precisam saber as coisas com clareza!
Eis um trecho do documento final elaborado (que, graças a Deus, terá que passar pela aprovação da Santa Sé): “Os vocacionados, de modo geral, encontram-se na fase de construção de sua personalidade, que abarca a sexualidade. Eles podem apresentar uma identidade sexual desintegrada que fragmenta a sua personalidade e a sua vida psíquica como sujeito humano, seja ele hetero ou homossexual, religioso ou não”, diz trecho do documento retirado da última versão.
Para mim esse trecho não quer dizer absolutamente nada. Pelo contrário, ele quer dizer muita coisa errada! Falar de “construção da personalidade” é aceitável. Mas falar que isso “abarca a sexualidade” dá a entender que a sexualidade é construída, e não determinada pela natureza. Essa história de ‘a opção sexual é definida a partir das circunstâncias, das experiências vividas, da maturidade da pessoa, etc’, não é doutrina católica. A afirmação católica é que homem é quem nasce homem, e mulher quem nasce mulher. Ponto. A sexualidade é determinada pela natureza, e não escolhida conforme o entendimento de cada um. Portanto, não creio que seja saudável usar expressões como “identidade sexual” e outras semelhantes. Igualmente, essa ênfase no fato de que o celibato é uma lei disciplinar e não uma lei divina, não me parece muito salutar. Para o público em geral, a idéia que fica é que a regra não instituída por Deus não é precisa ser obedecida (pois trata-se de uma invenção da Igreja). E, já que é passível de revisão, deve-se insistir até que seja mudada. Não podemos nos esquecer de que o que a Igreja ligar na terra, será ligado no céu (Mt 18,18). Tudo aquilo que for estatuído pela legítima autoridade da Igreja, tem a mesma validade da lei divina. “Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10,16).
Em geral, porém, ter reafirmado a disciplina a respeito do trato com os casais em segunda união, e ter recordado que o celibato é parte integrante da vocação ao sacerdócio, foram coisas muito positivas. Oremos pelos nossos bispos!
maio 5, 2009 at 9:18 pm
[…] geral sobre a 47ª Assembléia Geral da CNBB, abordando também – além do homossexualismo – as questões sobre famílias em segunda união e celibato. Diz ele: É missão da Igreja, porém, apontar o erro, com caridade, mas com verdade. “A verdade […]
novembro 14, 2009 at 6:08 pm
É missão da Igreja também, acolher a todos, assim como fez o prórpio Cristo. Assim foi toda a sua vida e seu evangelho.
novembro 21, 2009 at 12:18 am
OS BISPOS SAO O PEDRO DE HOJE. NAO SE PODE EXCLUIR NINGUEM, POIS NENHUM SER HUMANO E PERFEITO. AS PESSOAS TEM QUE APRENDER A VIVER COM AS CONSEQUENCIAS DE SEUS ATOS. PARA JESUS NAO E NAO E SIM E SIM, NAO TEM MEIO TERMO. JESUS E ACOLHEDOR, MAS NAO CONIVENTE COM O PECADO.
dezembro 4, 2009 at 8:18 pm
É missão da Igreja acolher a todos como fez Jesus. Mas Ele disse: Eu também não te condeno: vai e NÃO TORNES A PECAR.
Descobriu a verdade? Separe-se! E viva com Cristo!
dezembro 5, 2009 at 12:47 pm
“É missão da Igreja também, acolher a todos, assim como fez o prórpio Cristo. Assim foi toda a sua vida e seu evangelho.”
Se a idéia que o cristão acima propõe for o ínico caminho, então a Igreja erra ao propor a Pastoral de Segunda União.
Esse é o problema de leigos tentarem ser teólogos.
Vejam com que caridade o Papa trata do assunto.
outubro 16, 2011 at 5:59 pm
O problema não é os leigos tentarem ser Teólogos, mas manter na teimosia, seja leigos ou seja clérigos, É sim preciso rever a posição dos casais de segunda união, pois tem coisas que só Deus explica, está haendo um êxodo total destes casais para outras religioes, por causa de discriminação e teimosia de alguns que são a favor da Teologia do sofrimento “Deus vos chamou para viver em paz” diz São Paulo em 1° Corintios 7. Por causa de uma decisão errada, ou porque um curso de noivos de um final de semana ou de um dia, não mostrou o verdadeiro sentido do Amor conjugal, e muitas vezes por falta de informação um casamento não dá certo e por causa de questoes que verdadeiramente são discutidas por teorias e não por vivencia a dois, ficam discrimnando casais que se amam de verdade e que por isso eles tem o verdadeiro amor de Deus. E não falo aqui só dos casais, mas de verdadeiros sacerdotes que muito poderiam continuar seu ministério na igreja, mas simplesmente os deixam de lado como objetos execráveis. e digo mais Jesus disse que as prostitutas, os publicanos e os pecadores comeriam na mesa de Abraão enquanto os entitulados filhos do reino que pela lei religiosa criada por tradiçoes humanas, eram os “certinhos’, iriam para um lugar que quero citar aqui poia a mim não foi dado o cargo de juiz, para julgar os outros, que é mais fácil é claro. Me mostra a santidade dentro do seu matrimonio, que mostro muitos casais que conheço de segunda união e de ex-padres que vivem muito mais na santidade do que a maioria dessa gente.
maio 6, 2012 at 2:59 pm
Certo,concordo em genero, numero e grau, não somente por que convivo com essa condenação todo dia por parte de minha mãe que não aceita meu namoro com um homem separado a 23 anos da sua esposa que sobreviveu a um câncer e hoje me faz muito feliz, estamos namorando há quase 4 anos e Deus o colocou em meu caminho de forma muito especial. Mas minha mãe é extremamente contra e me trata diferente, me humilha, me condena, sempre fui muito religiosa e praticante, gostaria de um apoio da igreja.
Somos filhos de Deus e ele como pai jamais condena,sua misericordia é infinita mente superior a qualquer lei.Sendo sua lei maior amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”
junho 30, 2012 at 4:50 am
Poderia postar inúmeras considerações a respeito, mas singularmente digo que como segunda união continuo comungando, que entendo exatamente a passagem bíblica – Rm 2,11. A igreja não pode negar sacramento, e também não questiona (não aceitando) ao receber o dizimo.
julho 1, 2012 at 9:28 pm
Que imbecilidade de quem escreveu esta postagem.
Quem não conhece o Familaris Consortio não tem autoridade para falar de casais em segunda união.
Não conhece Jesus e vive num sistema arcaico, diferente do que é a verdadeira Igreja de Cristo.
janeiro 28, 2013 at 11:35 am
vivo a sewgunda união a 04 anos, muito feliz, hj participo da ações da igreja, já fiz a 1 e 2 etapa do ecc, apesar das dificuldade que passei, sobre a rejeição de certa pessoas, mas consegui vencer. hj participo da pastoral da familia, no qual estamos criando a nossa paroquia a pastoral da segunda união, na qual tem como principio enganjar casaias da 2 uniao, para nossa comunidade, trabalhando em prol da comunidade, e seguindo os mandamento de DEUS, não vai ser facil, mas vamos conseguir quebrar esse tabuo que existe em nossa sociedade.Vamos junto fazer uma igreja democratica, e seguir os principio dos mandamento de DEUS…grato claudemir e eliane dourados – ms pPAROQUIA BOM JESUS
março 16, 2013 at 2:19 pm
Urge uma solução para os casais divorciados e recasados, bem como a redenção dos termos com pedido de desculpas àqueles que estão longe de serem pecadores diante de circunstâncias onde nada poderiam influir ou decidir.Os casos são extensos inúmeros e complexos e estes casai que tentam permanecer na igreja lutam contra a discriminição INJUSTA E DESLEAL.
Bem vindos os casais recasados e divorciados diriam os justos representantes de Deus, pois reconhecemos seus sofrimentos e amarguras, pela separação e sua luta pela reconstituição da família, junto da igreja e Deus.
Deus inspire o papa Francisco, ESPERANÇA QUE SURGE. A luto todos injustiçados, chega de discriminação!!
BEM VINDOS!!! e Deus sempre sempre esteja convosco.