Hoje, 30 de junho de 2009, D. José Cardoso Sobrinho completa 76 anos. Faz, portanto, um ano que ele apresentou ao Santo Padre o seu pedido de renúncia à cátedra de Olinda e Recife. Sendo um bispo tão prudente e zeloso é de se esperar que o Papa, até o presente momento, não tenha aceitado a sua renúncia (que se dá não por “desistência pura e simples”, mas por força do Direito Canônico – o qual obriga todo o bispo que completa 75 anos de idade a requerer renúncia). 

             Contudo, o que me parece mais engraçado é que exatamente neste período – em que a Santa Sé está empreendendo forças na difícil tarefa de encontrar um bispo que substitua D. José à altura – foi o momento em que ele, D. José, mais se mostrou digno do pálio episcopal que carrega sobre os ombros.

            Sendo o 7º Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife e trigésimo primeiro Bispo a ocupar o sólio olindense, Dom José tem demonstrado que a idade avançada e o fato de estar nos últimos dias do exercício de seu ministério não são motivos para relaxar o zelo pastoral.

             As atividades do Ano Paulino transcorreram dentro do programado e, agora, a arquidiocese traz, na sua página de abertura na internet, um convite à vivência espiritual intensa do Ano Sacerdotal. O arcebispo continuou a celebrar as cerimônias de crisma, falar na rádio, atender os fiéis em audiência privada, etc. Tudo permaneceu como antes. Nada mudou após a apresentação da renúncia.

              Neste último ano, o prelado teve que comparecer diversas vezes ante o tribunal dos homens para dizer que, agindo como justo diante de Deus, fez tudo o que fez. Vergonhosamente a justiça brasileira o obrigou a demonstrar que tem poderes para destituir qualquer sacerdote que estivesse sob o seu báculo. Isto lhe compete, está na sua alçada! Ele teve que entrar na justiça para pedir o que, por direito, já era seu (ou melhor, da diocese): moveu uma ação de reintegração de posse da *Paróquia* de Água Fria! Sofreu por causa de um bando de fiéis rebeldes que – reclamando do afastamento *temporário* do Padre Cosmo, da paróquia da Estrada dos Remédios – quis deixar de pagar o dízimo na paróquia como forma de protestar contra a atitude do arcebispo.

              Após o caso da menina de Alagoinha (aquela que foi forçada pelos médicos a abortar os gêmeos que concebera), os inimigos de D. José achavam que, enfim, tinham vencido: era o fim do arcebispo. A opinião pública não o perdoaria. De fato, a opinião (totalmente “desimportante”) daqueles que fazem a mídia secular não foi benevolente com o senhor arcebispo. Mas, e daí? Importa agradar a Deus mais que aos homens! Aqueles que esperavam que Roma destituísse de imediato Dom José, dada a repercussão do caso, têm que dar o braço a torcer. Roma dá sua confirmação tácita à atitude do arcebispo deixando-o no cargo.

               É por essas e outras que Dom José Cardoso Sobrinho merece nosso parabéns duas vezes: uma pelo seu aniversário natalício e outra pela sua coragem e firmeza pastoral!