Há algum tempo conheci alguns homens a respeito dos quais a descrição mais veraz e significativa que eu poderia fazer se traduz na expressão “homens de verdade”. Pessoas que muito contribuíram – e contribuem – para a minha formação humana e cristã. Pertencem a uma espécie rara de seres humanos que se destaca por olhar nos olhos, dizer a verdade [ainda que doa algumas vezes], e demonstrar autêntico interesse pelo outro. É preciso dizer que não são quaisquer homens: são sacerdotes; nasceram para as coisas do alto. São Legionários de Cristo.
Neles encontrei sacerdotes zelosos, que celebram com a máxima dignidade os Santos Mistérios. Encontrei-os sempre sorridentes. A mim chamaram sempre pelo nome. Vi um deles ouvir confissões durante horas a fio evitando a todo custo dar sinais do seu compreensível cansaço. Vi-os rezar com devoção e piedade legítimas pelo Santo Padre. Muitas vezes pude vê-los tomar a defesa da Igreja de uma maneira apaixonada e apaixonante, como autênticos servos da Esposa de Cristo. Vi-os pregar com paixão.
Vi-os defender a Vida com unhas e dentes, denunciando com coragem a cultura da morte que ameaça instalar-se de vez na sociedade moderna. Vi-os lutar com bravura, em diversas frentes de batalha, contra os embustes preparados pelos sequazes de Satanás.
Vi-os motivar a vivência das virtudes, vi-os trabalhar de maneira incansável. Vi-os vigiar com Cristo, mesmo quando os olhos pesavam e o sono queria fazê-los sucumbir.
Vi-os rezar com confiança a Nossa Senhora, e também os vi abandonar-se nas mãos d’Ela como o Filho ensangüentado e morto que só no regaço de sua mãe encontra acolhida e consolo. Vi-os chorar em silêncio a dor dos ataques sofridos…
Vi-os de batina. Vi-os com aquelas camisas brancas [que a mim pareceram sempre engraçadas :)]. Vi-os revestirem-se do manto do silêncio para entrar nos átrios de Deus. Vi-os buscar refúgio sob o manto da Virgem de Guadalupe para proteger-se da frieza dos homens. Vi-os recorrer ao Imaculado Coração de Maria para chorar a dureza e a aspereza do coração humano.
Vi-os ensinar com a Igreja. Na sua pregação nunca vi nada de destoante nem de estranho ao Depositum Fidei. Não ensinam seus “achismos”, mas a Sã Doutrina por tantos desprezada.
E agora, vejo esta congregação a mim tão cara ser massacrada pelos inimigos da Igreja, pelos inúmeros inimigos da Cruz de Cristo. Vejo-os sendo atacados por uma legião de inimigos… Vejo-os serem acusados do que não fizeram. Vejo-os serem condenados pelos crimes mais horrendos – como se imoralidade fosse um mal congênito ou, quiçá, genético. Desnecessário é dizer que os atos imorais e desonestos cometidos pelo Pe. Marcial Maciel, não são contagiosos. O pecado pessoal do padre fundador de modo algum se torna pecado “social” da congregação.
Bem, apenas quis desabafar. Quis dar um singelo testemunho de que estes homens, “feridos por Deus e humilhados”, transmitiram-me uma fé simples e sem manchas, uma esperança sem ilusões, e uma confiança absoluta na Providência Divina. Neles pude contemplar mais de perto o rosto da Caridade. E posso dizer que encantei-me com a beleza desse rosto.
E assim sigo eu, à sombra destes gigantes. Sigo contemplando – perplexo – o mistério da iniqüidade, mas sem jamais esquecer que, de fato, Deus escolheu depositar tesouros em vasos de barro… Tenho certeza que, ao longo deste penoso caminho rumo ao Reino de Cristo que decidi empreender, seguirei lembrando-me destes homens de verdade que um dia cruzaram meu caminho marcando-o para sempre com o sangue da cruz que carregam…
maio 11, 2010 at 5:34 pm
Amado de Cristo
Junto-me as testemunhas.
Um grande abraço
maio 11, 2010 at 5:51 pm
Quero registrar minha alegria em ler palavras tão sábias e justas, com as quais concordo plenamente.
Parabéns pela atitude!
Neste caminho de justiça também tenho que dar meu testemunho de mãe, pois na sociedade moderna, a educação religiosa católica autentica de nossos filhos é uma preocupação constante
Quando minhas filhas começavam a adolescência, pedi a Nossa Senhora que nos mostrasse um caminho onde elas poderiam aprender a amar e a servir mais e melhor a Cristo e na infinita bondade de nossa Mãe, Ela me “apresentou” os Legionários e as Consagradas.
Desde então numa convivência próxima, não tão próxima como nós aqui em casa gostaríamos, pois não temos nenhuma casa em nossa cidade a mais próxima é em São Paulo, só temos motivos de gratidão, admiração e muito amor pela linda vocação que Cristo despertou nestes homens e mulheres.
Hoje passando por este calvário de uma forma mansa e humilde, eles nos enchem de coragem de servir e amar ainda mais este “Cristo Legionário” que está à frente da batalha contra os verdadeiros anticristos.
Os erros do fundador se transformam quando avaliamos a verdadeira vocação de amor desta enorme Legião, pois o testemunho da presença de Cristo que eles são, onde quer que estejam, nos mostra o poder de Cristo de extrair até do que não é totalmente bom algo tão maravilhoso quanto a vocação destes nobres homens e mulheres.
Minha gratidão eterna a todos Legionários e Consagradas (os).
maio 11, 2010 at 9:08 pm
VTR!
Unamo-nos em orações por esta GRANDE família, para que sigamos, fiéis, à missão de levar Jesus Cristo à todos!
Muito obrigada por seu testemunho!
maio 14, 2010 at 11:20 pm
E é sentidno esse amor por cada um, como se fosse o próprio Cristo, que devemos rezar por estes LEGIONÁRIOS DE CRISTO, para que seus sofrimentos sejam amenos. Tais sofrimentos que todos nós, com certeza, passaremos.
As perseguições já começaram! E é nesse contexto de dor que temos a certeza: ESTAMOS NO LUGAR CERTO!!
Que a Virgem Maria nos acalente.
outubro 18, 2010 at 3:07 pm
Sou membro do Regnum Christi!
Tudo que aprendi com os Legionários foi conhecer, amar e servir Jesus Cristo e a sua Igreja!
Ser apóstolo de Jesus Cristo e amar a Deus sobre todas as coisas!
Cristo Rei Nosso…
VENHA A NÓS O VOSSO REINO!
outubro 18, 2010 at 5:43 pm
A verdade é que, sobretudo com relação a seu fundador, realmente falta auto-crítica no RC. É fato. Quanto às consagradas, realmente só li bobagens na revista. A auto-crítica é necessária para q um grupo religioso como o RC não vire uma seita de fanáticos. Dizer que há perseguição é delírio fanático. A idolatria sem auto-crítica é fanatismo, é IURD. Assim como uma grande mobilização em nome de Cristo que só beneficia seus adeptos é cômoda e individualista. O RC precisa olhar para fora e se conscientizar dos verdadeiros problemas da sociedade afim de mudá-la de verdade (já que é feita de homens de verdade), desde a raiz, e não só pelas beiradas e com assistencialismo. Vcs tem potencial para isso, mas ficam muito voltados para si mesmos, o que é uma pena, quando o ideal seria lutar pela coletividade, pelo bem comum, por uma sociedade mais justa e igual para todos. O sacrifício muitas vezes está na luta para mudar o mundo em sua estrutura excludente, onde os oprimidos continuarão sendo massacrados e os opressores continuarão massacrando. Claro que o mundo aqui fora não tem uma visão do RC como pintou a Veja. Mas vê, sim, o RC como uma grande reunião de pessoas que não se mobilizam de fato para qualquer mudança real no mundo. Não adianta formação se não há ação. Sentir-se bem é ótimo. Mas isso não pode, em hipótese alguma, levar à alienação. O objetivo do homem não é ser feliz, mas o caminho que percorre (o “como”) até chegar à felicidade, muitas vezes adquirida com sofrimento. Caridade é ótimo, mas é muito pouco, é muito pouco… A verdade pertence a Deus, e uma instituição feita por homens não pode acreditar detê-la ou ter seu monopólio. Isso, aliás, não é nada humilde. Auto-crítica, galera, auto-crítica… Não tenham medo de perceber que o caminho tvz não seja esse – e mudar. Não temam a crise. Invariavelmente, ela vem para o bem e é enviada por Deus. Abraços.
outubro 19, 2010 at 2:57 am
Muito obrigada aos Legionário e Consagrados do Movimento. Com certeza, fazem sempre total diferença na vida de todos nós que temos o prazer de conhecê-los e aprender com seus testemunhos de vida.