Desde que escrevi a carta aberta ao Padre Fábio de Melo, tenho me impressionado com os comentários de algumas pessoas. A argumentação que mais me deixa estupefato é a que pretende partir de um testemunho positivo (em favor do Pe. Fábio), para tentar desmontar uma verdade objetiva demonstrada (no caso, a incompatibilidade das declarações do reverendo em relação todo um cabedal de ensinamentos católicos). É a velha tentativa de abonar o mal com bem; tentar fazer com que as coisas erradas se tornem certas porque ‘gostamos das coisas como estão’, porque ‘ele mudou minha vida e a vida da minha família, porque ‘ele está fazendo um excelente trabalho’, etc.; A meu ver isso reflete o desejo de fazer vista grossa ao erro quando nos é conveniente. O que algumas pessoas parecem fazer questão de não entender é que por mais que todos os testemunhos positivos sejam verdadeiros, e por mais que haja inúmeros “bons frutos” produzidos pelo Pe. Fábio, isto não o isenta de errar; não o desobriga de desculpar-se (quando couberem desculpas); e, por fim, não o abona – de modo algum – do testemunho negativo que, em algumas ocasiões, ele deu.
A questão fundamental é entender a moralidade dos atos segundo a doutrina católica. Compreender que um mal – por mais que quem o produza esteja imbuído de boas intenções – não pode se converte em bem apenas em virtude da índole de quem o praticou. Padre Fábio, como professor de Teologia, seguramente conhece esse princípio da moral católica. E, ao contrário de alguns de seus fã[nático]s, jamais agiria, nem pensaria, em contradição com este ensinamento tão caro aos Padres da Igreja. Além disso, jamais seria postura sua inventar desculpas para justificar seus erros. Se ‘errar é humano’, e ele canta “sou humano demais”, então é natural que também ele, mesmo sendo sacerdote, erre.
Não quero aqui combater cada um das críticas que me foram feitas por tentar, no dizer de alguns, “converter um sacerdote”. Entretanto, as críticas – sempre enriquecedoras e bem-vindas, neste blog – me levaram a um outro tipo de reflexão: Qual a real capacidade do ser humano de diferenciar o certo do errado? Até que ponto temos o dever de apontar o erro? Com qual objetivo devemos proceder à correção fraterna? E quando o “corrigido” e o “corretor” não estão num mesmo nível dentro da hierarquia da Igreja? É-nos permitido fazer juízo das ações de outrem? Se é, como julgar o próximo sem, contudo, condená-lo? E como condenar o erro sendo misericordioso com a pessoa que o cometeu? São questões muito importantes para a nossa vida cristã (sobretudo para a condução dos nossos relacionamentos dentro da própria Igreja). Não pretendo dar a resposta a todas estas perguntas (mesmo porque, algumas dessas respostas eu não saberia dar de maneira precisa), mas gostaria que os meus caros leitores parassem um pouco para pensar nelas.
Depreendi – de alguns comentários feitos neste blog – que muitas pessoas alegam que todos estão sujeitos a cometer erros (o que é verdade); O problema é que a este tipo de comentário normalmente se segue uma distorção lógica inaceitável: “se todos erram, então ninguém tem envergadura moral par corrigir quem quer que seja”; afinal, “é só mais um erro de percalço”, “poderia acontecer com qualquer um”, “é natural”, “vamos deixar para lá”; de modo algum isto se coaduna com a postura cristã perante o erro! Provo:
“(…) pela correção fraterna freqüentemente se perturba a caridade e a paz, segundo Terêncio: A verdade gera o ódio
Ademais, no preenchimento do preceito da caridade, devemos confirmar a Deus, segundo Ef V, 1: Sede imitadores de Deus, como seus filhos caríssimos. Entretanto, como se diz em Prov III, 12: Deus ama aqueles que repreende. Logo, como estamos unidos a partir do preceito do Senhor de amar, parece que, a partir do preceito, devemos corrigir os irmãos.
Além disso, em Ecl. XVII, 12, diz-se que Deus ordenou a cada um cuidar do próximo. Logo, [correção fraterna] está subordinada ao preceito, a fim de que o homem tenha à frente o cuidado para a salvação do próximo, corrigindo-o”.
Fonte: AQUINO, Santo Tomás de. Apostolado Veritatis Splendor: SOBRE A CORREÇÃO FRATERNA – 1ª PARTE – OBJEÇÕES. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/1987. Desde 08/09/2003.
“A prática da correção fraterna – que tem raiz evangélica – é uma prova de carinho sobrenatural e de confiança. Agradece-a quando a receberes, e não deixes de praticá-la com aqueles com quem convives”. (São Josemaría Escrivá, in: Forja, nº. 566).
Outra coisa que pude compreender, a partir de alguns comentários, é que – para alguns – o diálogo saudável e bem construído perdeu totalmente o seu valor. Se alguém tenta resolver algo conversando, imediatamente é taxado de excessivamente teórico. Algo do tipo: se seu filho é problemático, ou você dá uma surra nele e o expulsa de casa, ou o deixa agir irresponsavelmente e se adapta a ele; conversar não vale. Tem coisa mais absurda que isso? Tentar dialogar com alguém sobre um erro cometido passou a ser uma manifestação de “rebeldia sem causa que parte de pessoas desprendidas da realidade humana”! Só vale o fazer; o dialogar foi esquecido. Parece-me que algumas pessoas se esqueceram de que quem age sem antes refletir são os animais: porque agem por instinto e não por intelecção. O discutir, o argumentar é uma parte prévia essencial que faz parte de todos os relacionamentos humanos.
Ainda em meio a tantos comentários, vi que havia alguns agnósticos. Gente que acha que a verdade existe, mas não está ao alcance dos homens. Ou seja: eu posso estar errado e você certo; mas como nós não podemos provar nenhuma coisa nem outra, então os dois estão certos, já que estão seguindo a sua consciência. Aqui cabe uma magnífica colocação do Papa João Paulo II na encíclica Veritatis Splendor, a respeito da consciência reta e da consciência errônea:
“Nunca é aceitável confundir um erro «subjetivo» acerca do bem moral com a verdade «objetiva», racionalmente proposta ao homem em virtude do seu fim, nem equiparar o valor moral do ato cumprido com uma consciência verdadeira e reta, àquele realizado seguindo o juízo de uma consciência errônea. O mal cometido por causa de uma ignorância invencível ou de um erro de juízo não culpável, pode não ser imputado à pessoa que o realiza; mas, também neste caso, aquele não deixa de ser um mal, uma desordem face à verdade do bem”. (Encíclica Veritatis Splendor, nº. 63).
Por esta declaração do Papa João Paulo II, pode-se ver que há consciências e consciências… Acontece que: uma (a reta) conta com a verdade, ou seja, está certa; e a outra, sendo errônea, está objetivamente equivocada. Em resumo: certo e errado são coisas distintas, mas ambas existem! E é obrigação moral de quem está certo corrigir quem está errado. Do contrário, seria o caos. Imaginem, se os pais não puderem mais corrigir os filhos quando estes enveredarem pelas sendas do erro, então de que servem os pais? Se a responsabilidade pela educação e orientação moral dos filhos for mitigada, ou mesmo eliminada, com a desculpa de que apontar o erro dos filhos seria exercer um juízo temerário, então – repito – de que servem os pais? Como nós, cristãos, queremos chegar juntos ao reino dos céus se a cada um é permitido seguir o caminho que desejar? Todos os caminhos levam a Deus? Acaso o caminho apertado e o espaçoso, aos quais se refere Jesus no evangelho (Mt 7,13), conduzem – ambos – ao mesmo lugar? Se ninguém pode julgar ninguém, para quê a Lei? Deus já a conhece plenamente (porque, afinal, ela é a expressão da sua vontade), e os homens – pobres homens! – não podem fazer uso dela como parâmetro moral de suas atitudes. Então, repito, para que a Lei?
É coisa importantíssima sempre estarmos revisando os nossos conceitos morais para não cairmos na idéia distorcida de que a moral está sujeita a nossa interpretação e conveniência. Aos que se sentem inquietos com o uso da palavra “verdade”, recomendo refletir sobre a definição desta dada por São Tomás de Aquino: “A verdade é definida como a conformidade da coisa com a inteligência”. A perguntas inteligentes, se deve dar respostas inteligentes. Caso contrário, não haverá “conformidade da coisa com a inteligência” e a verdade acabará por ser sacrificada…
junho 14, 2009 at 11:17 pm
Guga,
Um ponto a se considerar, apenas para complementar suas colocações sobre verdade, consciência e correção fraterna, é que aquele que se julga certo, por ser tão falível quanto o que é julgado errado, pode ter sua consciência equivocada e, julgando fazer uma correção fraterna, deveria ele mesmo ser corrigido. Aí se coloca uma questão: como saber, diante de duas pessoas bem intecionadas, qual delas está de fato correta?
Particularmente, para esclarecermo-nos do que é reto, não vejo outra saída senão recorrer à Tradição e ao Magistério da Igreja e exercitar a consciência moral a fim de que ela não se desvie do reto. Quanto mais nos deixamos influenciar pelas distorções morais, que nos são cotidianamente apresentadas, menos seremos capazes de identificar e combater o erro. Quanto ao conflito em si, sobre quem está de fato correto, cabe o diálogo. Não para que um convença o outro, mas para que ambos descubram a Verdade, objetivamente analisada, como você falou.
Abraços,
junho 15, 2009 at 10:46 am
O caminho é estreito…
junho 15, 2009 at 5:12 pm
[…] que não devia. E meus amigos, do blog Veritatis Splendor, Grupo de Resgate Anjos de Adoração, Erguei-vos, Senhor, já escreveram muito sobre o assunto (inclusive: o Gustavo escreveu uma ótima carta ao Pe. Fábio […]
junho 16, 2009 at 3:07 am
Meu caro, Deus abençoe pelo blog.
Você tem toda razão. Sou Católico praticante, vocacionado da comunidade CN, e me sinto incomodado com algumas declarações do Padre Fábio.
Esse relativismo, essa porta larga, esse tal de “Não importa a religião, e sim o amor” me angústia muito.
Porque o Padre Fábio não clama por aqueles que saíram da Santa Igreja para voltar a Casa de Deus?
Ele é tão sábio, inteligente, com certeza teríamos belíssimos frutos.
Porque esse falso-ecumenismo?
Rezo por você caríssimo.
junho 16, 2009 at 3:07 am
Amigos, os elogios em excessos, às vezes, nos cegam ao passo que as críticas sempre nos fazem pensar (mesmo que seja para ver se elas são válidas ou não, mas nos fazem pensar), por isso desejo que o Padre leia sua carta aberta.
No entanto, gostaria de expor que Padre Fábio é uma pessoa inteligente e em constante processo de feitura e ele prega e se apresenta assim. E isso, por si só, já é de uma sabedoria imensa. Sua sensibilidade é apresentada de maneira sincera e forte através do seu olhar. Talvez só quem o conhece corrobore esta afirmativa.
As ponderações foram bem observadas por você, porém, é de extrema importância que não percamos o foco: evangelização feita por uma Pessoa Humana (a redundância é proposital e necessária).
Penso que a vida precisa ser assim mesmo, do jeito que tem que ser. Melhor para os que vivem sem condições diversas. Saber o que se quer e saber aceitar obstáculos, e, ainda, aprender a superá-los, nos torna mais Divinos, Divinos humanos. Que venha a velhice, que venha a adversidade, pois junto com elas vem a vida vivida, o aprendizado “crescido” e o reconhecimento Divino, e melhor ainda, o conhecimento do que é Divino.
Entendo que o Padre precisa viver da forma que vive, é assim que tem que ser. Isso não quer dizer que ele deva esquivar-se dos votos, deveres e obediência. Não podemos achar que os Padres tem que ser assim ou daquele jeito, ou ainda, desta maneira. Antes de ser padre, ele é homem, filho de Deus que aceitou a fardo de viver o sacerdócio, e isto, jamais anulará os erros de sua vida. Pecado é condição humana. Se faz mister observar que Santidade não é ausência de pecado, mas sim presença de virtudes. (basta estudar a vida dos Santos)
O padre com esta missão demonstra claramente que aceitou os obstáculos e, sem dúvida, vem aprendendo a superá-los. Fábio de Melo é um homem que mirou a santidade, a divindade, destarte sua imensa jornada, seja nos palcos, seja na TV, seja na mídia em geral.
Hoje temos tantos formadores de opinião que controlam a vida de tantas pessoas. Artistas que sobem em palcos e crucificam Jesus em cada letra manifestada às multidões que os acompanham. Porém, também são humanos e, pasmem já nos acostumamos a ouvir tantas heresias que nem nos incomodamos o tanto que deveríamos.
Percebo que com tantas heresias e descrenças, nós que tentamos viver o Evangelho, nos encontramos carentes de profetas e líderes evangelizadores. E é exatamente por isso que, talvez, exigimos tanto daqueles que assumem este papel, daqueles que se prontificam a tentar saciar nossas carências.
É, o Padre Fábio é essa pessoa, sem dúvida! Pessoa. Pessoa Humana.
O Padre precisa das observações que foram feitas por você Gustavo Souza. Se as ponderações foram feitas por amor, certamente frutos serão colhidos.
A Igreja é Divina e faz com que dependamos dela, entretanto, a Igreja é humana e humanamente depende de nós.
Peço ao bom Deus que, não só o Padre Fábio, mas tantos outros líderes evangelizadores alcancem cada dia mais a mídia e mostre ao mundo que Jesus veio para ficar em todos os lugares onde há dependência do Divino e que recebam do céu sabedoria, humildade e dignidade para aprenderem com seus inevitáveis erros. Suplico, ainda, ao Divino Pai que seus filhos, fiéis e pecadores, acompanhem sempre os profetas enviados pelo Alto e que através do amor e da sabedoria, os ajudem a liderar esta obra que tanto carece de operários.
Uma Santa Semana a todos.
Alan Furtado
alancfurtado@yahoo.com.br
Comunidade São Paulo Apóstolo
Volta Redonda – RJ
junho 17, 2009 at 6:03 pm
Se vc n sabe vou te dizer, a cada 10 blogues que leio , 8 tem a sua carta!
E ficou claro que muitos Católicos são burros, relativistas, n sabem nada sobre Doutrina e tem o padres que mereçem!
junho 17, 2009 at 6:04 pm
eu quis dizer: OS PADRES QUE MEREÇEM.
junho 17, 2009 at 9:35 pm
Prezados amigos
Não pudemos deixar de participar de tão bela iniciativa de debater um assunto tão presente e rico no momento. Acredito que debater e ter sobre o que meditar é bem melhor que o contrário.
E por isso temos algumas considerações a fazer. Concordo com tudo, pois de fato todos estamos certos, pois é um direito que temos de pensar como queremos, o que não podemos é confundir o que pensamos com o que de fato é verdade. Nossa opinião é apenas nossa opinião, é tão importante quanto a opinião do outro. E isso sim é relativismo, pois a opinião é completamente relativa ao ponto de vista do observador.
Mas acho que pela grandeza e riqueza do assunto, estamos muito limitados ainda. Estamos falando apenas de um pequeno ponto, a “entrevista no Jô”. Por que não falar também da entrevista na Xuxa, no Sem Censura, no Raul Gil, no Programa de Fim de ano com a Ana Maria Braga e ainda no banho de evangelização dado no Faustão?
Eu sei por que. Por que o Padre Fábio naquele dia nos decepcionou. Ou seja, ele não fez o que esperávamos, ele não cumpriu o papel que queríamos que ele cumprisse. E nós tenho uma visão linda sobre isso: QUE BOM!
Mas antes, gostariamos de lembrar que ninguém tem o poder de nos decepcionar. Nós nos decepcionamos, quando esperamos de alguém algo que ela não é capaz de fazer, ou não quer fazer. Mas as expectativas fomos nós que criamos. Ninguém nos obrigou a pensar como pensamos.
E digo que bom. Por que mais uma vez, além de sermos consolados pelas palavras do Pe. Fábio, pudemos ser consolado com o seu testemunho. Pudemos ver que suas músicas não são apenas poesia, como muitos pensam, mas são relatos de uma alma que vive o que canta.
Quem lembra disso: “Sou humano demais pra compreender, humano demais pra entender…”, ou ainda, “No inverso deste mundo que só pensa em receber sempre vou ser livre como o vento, amado como filho sem medo e sem lamento, viver assim querendo amar-te sempre mais…” e mais “Deus me entregou bem mais do que mereço…” e por fim “Quem no certo procurou mas no errado se perdeu precisou saber recomeçar”. Será mesmo que estas músicas são retóricas? Ou apenas alusão a um outro sofredor? Quem faria uma música para Judas, a não ser alguém que se sentisse como o próprio?
Como o próprio diria… Minha gente, são palavras dele mesmo, é a experiência dele mesmo. Sabe por que ele está no auge? Por que ele é pequeno. Ele é um verme e pra ele mesmo até repulsivo.
Quem já viu um padre chorar? Eu vi dois… Pe. Léo e Pe. Fábio. Quem já viu um Pe. .Admitir um pecado? Eu já vi dois. Pe. Léo e Pe. Fábio.
O que vocês queriam que ele fizesse diante de uma pergunta direta? Mentisse? Fosse mau educado? Ou ainda destratasse o Jô Soares? Só pra não me decepcionar? Isso não seria mesquinho da minha parte? Querer que alguém aja conforme o que eu quero e não como deve ser.
Nós sabemos o que ele tem falado por aí. Temos visto tudo via Globo Internacional ou You Tube. E mesmo aquilo que ele possa ter dito e feito que contraria o que pensamos, no meio disso tudo, o mais grave, o que de fato é um erro, seria ele não celebrar a Missa todos os dias. Mas ele ter admitido isso é lindo. Não devemos confessar nosso pecados a nossos irmãos? Por que ele esconderia isso? Ele poderia vestir uma mascara de santo. Mas se fizesse isso, ele estaria me agradando e te agradando, mas estaria sendo incoerente com o próprio discurso dele.
Sei que nossa intenção é boa. Mas temos que reconhecer nossas tentações. Aquele que é a favor do Pe. Fábio é constantemente tentado a colocá-lo no lugar de Jesus em sua vida, e quem é contra, é constantemente tentado a apenas enxergar o que de mal ele tem e fez. Sem nem mesmo cogitar ou falar do que de bom ele faz ou tem.
Se somos capazes de ver numa declaração, de apenas 15 minutos um problema capaz de afundar uma vida, estamos deixando de ter compaixão dele. Coloque-se no lugar dele. Você gosta de faltar a Missa? Por que achar que ele gosta de não poder celebrar a Missa todo dia?
Temos três filhas. E sabemos o quanto é complicado ir na Missa. Além de arrumar todo mundo (Banho, pentear, escovar dente, dizer que não pode levar brinquedo, ensinar que agora é hora de rezar) e ainda sair com uma hora de antecedência e correr o risco de chegar atrasado. Por que alguém pode cair no caminho. A menor anda devagar, e faz questão de ir andando.
Muitas foram as Missas que faltamos. Por inúmeros motivos. E o que faz o Católico depois que peca? Confessa! E o pecado confessado torna-se testemunho, pois de todo mal Deus tira um bem maior. Dizer em cadeia nacional o que ele disse é pregar com testemunho o poder libertador da confissão. Em momento nenhum ele disse que a missa não é importante. Ele disse que lamentava não poder celebrar todos os dias.
E por quê? Uns dizer ser por causa da agenda. Ou por que ele não quer. Mas dizer os motivos é mania de quem julga o outro por si mesmo. E o que é Julgar? É o oposto de ter compaixão. É se por no lugar do outro, e criticar o motivo que me levaria a fazer o que o outro fez! Isso não é horrível? Pois assim, tiramos do outro o direito de defesa. Quanto mais pecador eu sou, mais pecadores vou julgar que os outros são.
Podemos dizer assim. Eu não falto a Missa!
E eu respondo. Quem não tiver pecado que falte a primeira Missa. Pois assim vai poder sentir o que o Pe. Fábio sente quando é impossibilitado de celebrar a Eucaristia. Quando é impossibilitado de comer o que lhe sustenta.
E como podemos julgar que ele faz, ou tenha feito isso, por que sua agenda está cheia, ou por que não quer?
Lembram do Bom Samaritano? O Sacerdote, apressado para o culto. Deixou o miserável para trás. Mas aquele que era miserável se compadeceu do sofredor. Digamos que o Pe. Fábio, não tem a agenda cheia, ele tem excesso de sofredores que encontra a caminho da Missa.
Mas nos soa muito hipócrita isso tudo, pois a celebração diária da missa é uma disciplina imposta pelo código de direito canônico. Mas o mesmo código diz que um padre não deve celebrar mais de duas Missas por dia. Quantas Missas o Pe. Ernesto Celebrava nos Domingos? E por que ninguém lhe criticava por isso? E os outros que celebram mais de duas Missas?
Sabemos que a Eucaristia é o Centro de Nossa Fé. Mas até um doente está liberado deste compromisso. Quem conhece o Pe. Fábio sabe que ele não tem uma saúde de ferro, não pode ser chamado de doente, mas não se pode exigir muito de seu condicionamento físico.
Sabemos que ele pode celebrar a Missa até sozinho, dentro de um avião, ou dentro de um ônibus. Mas por que pensar que ele faça isso. Podemos pensar apenas que ele não faça isso sempre. Por puro cansaço e esgotamento. Eu não sei? Quem sabe? Só Deus sabe!
Jesus mesmo nos deu os meios para discernirmos sobre este assunto, pelos frutos se conhece a semente. Quantas pessoas você conhece que deixou de ir a Missa por causa do que ele falou? E quantas você conhece que passaram a ir à missa por causa de suas músicas? Conhecemos muitas pessoas que se aproximaram da Missa por causa do testemunho dele e de suas músicas e até pelo que ele tem dito por aí.
Quais são os frutos da obra dele? E outra coisa muito importante. Sabe por que ele tem errado tanto? Por que ele tem feito muito. Sabe por que somos menos pecadores que ele? Por que somos menos evangelizadores também. Quem faz mais, erra mais. O erro é nosso de nos prendermos a uma parte e esquecer o todo.
Pelos erros que ele comete, cometeu e ainda vai cometer. Podemos até dizer que somos melhores que ele. Mas mesmo que isso seja verdade, ele não é melhor do que nós, mas é melhor para nos.ao invés de escrever cartas para ele, apontando os seus erros e levantando as casquinhas de suas feridas. Por que não escrevem cartas para ele, consolando o seu coração, como ele tem feito conosco com tanto amor.
Por que apenas não assumimos que não entendemos o que ele tem falado? Mas proclamemos ao mundo a maneira como ele nos tem olhado.
Paz e bem a Todos
Xand e Aline
junho 17, 2009 at 9:48 pm
“A maior prisão que podemos ter na vida é aquela quando a gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que o outro gostaria que fôssemos.
Geralmente quando a gente começa a viver muito em torno do que o outro gostaria que a gente fosse, é que a gente tá muito mais preocupado com o que o outro acha sobre nós, do que necessariamente nós sabemos sobre nós mesmos.
O que me seduz em Jesus é quando eu descubro que nEle havia uma capacidade imensa de olhar dentro dos olhos e fazer que aquele que era olhado reconhecer-se plenamente e olhar-se com sinceridade.
Durante muito tempo eu fiquei preocupado com o que os outros achavam ao meu respeito. Mas hoje, o que os outros acham de mim muito pouco me importa [a não ser que sejam pessoas que me amam], porque a minha salvação não depende do que os outros acham de mim, mas do que Deus sabe ao meu respeito.”
Padre Fábio de Melo
julho 30, 2009 at 12:21 am
parabens xand e aline,falaram tudo.So vemos ciscos nos olhos dos outros………..
agosto 1, 2009 at 1:13 am
Xand & Aline …
Meu Deus !!! OBRIGADA por tudo que escreveu!! Há muito tempo tenho estado incomodada com o que vi acontecer em função da Carta escrita pelo prezado Gustavo.
Incomodada, porque vi tudo se transformar numa discórdia tamanha da qual não consigo ver os frutos bons que acredito ter sido o motivo da Carta Aberta.
Tudo se transformou em esteriótipos, ofensas ao sacerdote, brigas, discórdia. E isso, a meu ver, foi pior que os “erros” cometidos em 15 minutos como você tão sabiamente comentou.
Sou Católica e estive afastada da Igreja desde a perda de dois filhos. Tive por alguns anos “o direito” de me afastar de Deus porque como humana, que sou, me fechei na dor. E não duvide que Pe. Fábio tenha ME RESGATADO na exata hora que esteve no Programa do Faustão em 10 de Maio pp. Foram as palavras dele? Não, exatamente. Mas o que ouvi de outras pessoas de quem ele segurou as mãos num momento de desespero. Depois ouvi Pe. Fábio dizer que DEUS NÃO DESISTIA DE MIM! Foi a gota d´água que me faltava. Estou de volta à Igreja. Não pelo Padre Fábio, já que não é ele quem evangeliza em minha paróquia. Mas porque ouvi dele que DEUS NÂO DESISTE, mesmo que eu desista. E depois fui ouvindo outras coisas como testemunhos do abandono do álcool ou mesmo da reaproximação com a Igreja Católica de ovelhas que, como eu, tinham se desgarrado.
Por causa dessa Carta voltei a estar confusa. Quem é mesmo o Diabo?
Louvo a atitude do Prezado Gustavo, por quem tenho o maior respeito, porém gostaria de dizer-lhe do fundo do coração que talvez a obra de Pe. Fábio já seja por si só digna de reverência. Tem sido triste ver tantos ataques impertinentes ao cidadão Fábio e mais ainda a um irmão Católico. O que penso, de forma simplista, é que Pe. Fábio tem tido o poder de se fazer ouvir por multidões mas cabe ao pároco de nossas Igrejas corrigir os discursos malfadados até porque não é Pe. Fábio que celebra missas para as mesmas multidões, ao mesmo tempo, no Brasil, todos os domingos. Ou seja, nossos párocos podem e devem corrigir distorções. Não as brigas e discussões pela internet, que só fazem piorar.
Dia 15/07 pp estive num evento com Pe. Fábio e o vi, em público, comunicar que toda a renda do show era revertida à cidade onde estava para ajudar na construção do Hospital do Câncer, naquela região. Será que era uma mentira ??? Não … não era. Assim como não é o que ele faz com o coração e sob as bênçãos de Deus. Assim como não é mentira que além de “arrebanhar” as ovelhas para a nossa Igreja ele, Pe. Fábio, faz um trabalho assistencial digno de aplausos, de pé!
Aceito plenamente os questionamentos do Sr. Gustavo ao pe. Fábio e aceito plenamente as respostas de Pe. Fábio. Agora, a questão é respeitar as opiniões e sermos humildes ao aceitá-las mesmo que não concordemos.
De fato, quinze minutos no Jô Soares podem ter sido catastróficos aos olhos de muitos. Mas mais catastrófico ainda é voltar ao blog original da Carta e perceber tamanha falta de respeito em que aquilo se transformou.
Uma outra pessoa escreveu no blog, sobre o mesmo infortúnio, e com o título: “Pe. Fábio envergonha os Católicos”.
Sinceramente, o que me envergonha é estar vendo a Carta Aberta ao Pe. Fábio, escrita de forma sincera (embora com certa ironia) estar sendo motivo de agressões e desrespeito não só ao pe. Fábio (QUE JÁ FOI SUFICIENTEMENTE CONDENADO pelos deslizes) mas às muitas pessoas que tentam ali exprimir suas opiniões. Isso sim, me envergonha como Católica.
Obrigada, Pe. Fábio, por me devolver á minha Igreja!
Obrigada, Sr. Gustavo, por me alertar de alguns equívocos já que tinha me afastado da Igreja e muitas coisas estavam adormecidas. Me permita o tempo que preciso para re-conhecer a minha Igreja.
Obrigada, Xand & Aline, por escrever de forma tão clara sobre o contexto!
Meu fraternal abraço,
Carla
agosto 1, 2009 at 1:42 am
CORREÇÃO!
O evento que me mencionei aconteceu no dia 14/07. Deixo isso claro, caso alguém queira conferir a veracidade das atitudes de Pe. Fábio.
“Quais são os frutos da obra dele? E outra coisa muito importante. Sabe por que ele tem errado tanto? Por que ele tem feito muito. Sabe por que somos menos pecadores que ele? Por que somos menos evangelizadores também. Quem faz mais, erra mais. O erro é nosso de nos prendermos a uma parte e esquecer o todo.” Por Xand e Aline
** Não podia deixar de frisar essa parte do texto de vcs!
Carla